sexta-feira, 5 de março de 2010

A vida no harém Otomano

Esqueça os jardins de delícias com cítaras e dezenas de odaliscas oferecendo-se para o sultão. Um harém de Istambul do século 16, auge do Império Otomano, era um lugar de oração, disciplina e castigos que incluíam até a morte.


Mulheres alimentando pombos em um harém em Istambul.

Denomidado a partir de uma expressão otomana que significa “proibir”, o harém era a parte doméstica dos palácios dos sultões. Durante o governo do de Maomé III (1566-1603), o aposento do palácio de Topkapi, em Istambul, chegou a abrigar quase mil mulheres.

O objetivo de todas elas era gerar o herdeiro de um império que se espalhava por quatro continentes. Criado no século 13 por Osmã I (1258-1326), o islamismo otomano alastrou-se pela Anatólia (atual Turquia) até derrubar, em 1453, Constantinopla, a capital cristã do Oriente. No século 16, o futuro de territórios que iam da Rússia ao Marrocos era decidido nos aposentos e no enorme harém de Topkapi.

Todas por um

Quase mil mulheresdisputavam uma noitecom o sultão

Sonho de escravidão

As mulheres chegavam como prisioneiras de guerra, escravas ou até como presentes. Muitas nobres eram entregues ao harém pelos próprios pais para que tivessem um filho do sultão. Mas nem todas eram aceitas: a mãe do sultão as selecionava pela beleza e educação.

Celas reais

Os irmãos do sultão viviam presos nas kafes, locais com vista para o harém mas sem acesso a ele. O objetivo era evitar que se rebelassem contra o soberano. Cada um podia ter até 12 amantes, que eram geralmente estéreis para evitar concorrentes ao trono.

Dia-a-dia

Esposas, concubinas e crianças de até 12 anos passavam o tempo orando, bordando e cantando músicas sacras. Entre as poucas diversões, havia danças e uma espécie de jogo de bola. Os banhos semanais eram coletivos e supervisionados.

Bem-aventurado

O sultão Maomé III se deitava com apenas uma mulher por dia. Além de preparar sucessores, ele agia para evitar concorrentes. Mandou matar 19 irmãos e afogou sete mulheres grávidas de seu pai.

Mamãe mandou

A mãe do sultão era a comandante do harém: era ela quem decidia diariamente qual mulher serviria o filho. Pelas normas otomanas, o sultão podia ter até quatro esposas legais, as kadins, que formavam a segunda classe na hierarquia.

Inofensivos

Mais de 300 eunucos negros (que tinham todos os órgãos sexuais retirados) e brancos (sem apenas os testículos) cuidavam da segurança. O chefe eunuco negro era quem levava as mulheres até o quarto do sultão.

Morte no saco

As mulheres podiam ser julgadas por intrigas, conspirações ou por desobedecer as normas do harém. Quando condenadas à morte, eram amarradas, colocadas em sacos e jogadas no Mar Negro.

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