sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uigures

Os uigures são um povo de origem turcomena que habita principalmente a Ásia Central. Os uigures são uma das 56 etnias oficialmente reconhecidas pela China, consistindo de aproximadamente 8.68 milhões de pessoas, de acordo com o recenseamento chinês de 2004. Sua língua é o uigur e seguem a religião Muçulmana.




História

Os prováveis ancestrais dos uigures são tribos nômades turcas originárias da Mongólia. Em de 824 d.c. criaram um reino no Turquestão, em 920 d.c. sofreram a invasão dos quirguizes do Ienissei. Posteriormente conseguiram expulsar os invasores.

O príncipe Boghra Khan, o mais famoso deste povo, converteu-se ao Islão em finais do século X.

As sucessivas lutas dinásticas enfraqueceram o reino, que em 1120 foi destruído pela invasão dos Kara-Khitai, outro povo de origem túrquida que, por sua vez, foram eliminados em 1219 por Gengis Khan.

Por volta do século XVII, se converteram ao Islã e fundaram o próspero Reino Islâmico Uirgur do Turquestão Oriental. Reino que foi considerado o último império das estepes.

Os Uigures e Gêngis Khan

Em 1206, os uigures aderiram espontaneamente ao poderoso chefe Mongol Temudjin (Gêngis Khan) na época habitavam do longínquo Turquestão chinês.

Os uigures transmitiram pacificamente aos novos aliados seus saberes milenares, da bacia do Tarim: o alfabeto, que se tornou mongol até os dias de hoje, e a cultura administrativa, assim como pessoal treinado, fatores indispensáveis à organização de um governo central e expansionista.
No mesmo ano, 1206, uma assembléia plenária das tribos elegeu Temudjin chefe de toda a Mongólia oriental, com o título de “chefe oceânico”, o Cinggis Kaghan, na língua mongol aculturada. O Ocidente o transformou em Gêngis Khan.

Xinjiang




Os uigures habitam predominantemente a região autônoma de Xinjiang, no noroeste da China, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão.

Por séculos, as principais atividades econômicas da região vinham sendo a agricultura e o comércio, com cidades como Kahshgar prosperando como entrepostos da famosa Rota da Seda.

Xinjiang era centro da antiga Rota de Seda, sendo também ponto de cruzamento de diversas civilizações do Oriente e Ocidente.

O território tornou-se o ponto de contato entre a Ásia e a Europa. Invasores turcomanos e mais tarde Gêngis Khan, budistas e depois muçulmanos, mercadores e grupos tribais, missionários e monges, todos passaram por essa encruzilhada hemisférica, e cada grupo deixou ali sua marca.

Quando a Rota da Seda começou a perder importância e o comércio se transferiu para os mares, Oriente e Ocidente deixaram de se interessar pelos uigures. Durante gerações, a China entreviu escassas possibilidades nessa terra remota - Xinjiang significa "nova fronteira" -, pois os chineses valorizavam a agricultura, e a agreste região uigur só oferecia terrenos empoeirados e pedregosos. Na primeira metade do século 20, as autoridades pouco fizeram para ampliar sua influência ali, e por duas vezes os uigures declararam independência. A segunda tentativa de obter autonomia, em 1944, durou cinco anos, até a ascensão de Mao e do Partido Comunista, que sufocaram o movimento com tropas militares e mais tarde estabeleceram em Xinjiang um campo de testes nucleares, o Lop Nur.

Um português há quatro séculos

Entre os ilustres visitantes do Turquestão chinês ao longo dos séculos, contam-se alguns aventureiros portugueses, sendo o leigo jesuíta Bento de Goes, dos Açores, o mais conhecido. Passou por Kashgar em 1604, na sua admirável jornada em busca do Cataio, e a caminho de Larcanda. Escreve o padre Fernão Guerreiro (que coligiu alguns apontamentos deixados pelo açoriano) que os habitantes locais ficaram surpreendidos por «um homem de tanta inteligência» não partilhar da sua fé. Por seu lado, Goes manifestou espanto pela quantidade de mesquitas e não se esqueceu de salientar a santidade das sextas-feiras e o apelo à oração feito do alto dos minaretes, que ainda hoje se faz sem microfones e, em certas ocasiões festivas, ao som de cornetas e tambores.

Os Uigures e os Chineses

O Império Manchu da dinastia Qing anexou a região pela primeira vez em 1759, mas perdeu o controle após levantes uigures.

Em 1877, as tropas chinesas reconquistaram a região - que foi formalmente integrada ao império chinês como Xinjiang ("novo domínio"), em 1884. A queda do imperio Manchu, em 1911, abriu uma brecha para a briga de poder entre senhores da guerra da região.

Apoiada pela ex-União Soviética, a República do Turquestão Oriental foi fundada em 1944. Mas, com pouco tempo de existência, ela perdeu o apoio soviético, que passou a ser dado aos comunistas da China.

O ditador soviético Josef Stálin então pressionou por um acordo entre o novo país e o Partido Comunista Chinês para que o território fosse cedido à China sem violência. Em 1949, um avião que levava representantes do Turquestão a Pequim para tentar negociar a situação caiu misteriosamente, matando todos os ocupantes.

Naquele mesmo ano, Xinjiang foi rapidamente incorporada à nova República Popular da China. Pequim então deu início a uma política de incentivo à migração para a região, e a proporção de chineses da etnia han aumentou de 6% em 1949 para 41,5% em 1976, segundo dados da ONG Human Rights Watch.

A relativa liberalização da região começou em 1980, com uma autorização para Xinjiang se tornar região autônoma e com um maior respeito à cultura e praticas religiosas uigures. Mas o incentivo à migração continuou e, só nos anos 1990, 1,2 milhão de pessoas se instalaram na província.

A província de Xinjiang é habitada por 8 milhões de uigures.

O medo chinês aos uigures é ancestral - barrar o avanço desse povo das estepes foi uma das razões para erguer a Grande Muralha, a construção de 7.300 quilômetros de comprimento que corta o país de leste a oeste e é tão grande que pode ser vista do espaço como uma fita estendida no solo chinês. Nos últimos anos, o motivo de temor foi mais moderno. A China teme que o crescimento do movimento separatista uigur ponha fogo no delicado relacionamento da etnia han (que representa 92% do 1,3 bilhão de chineses) com as muitas minorias existentes no país.

Língua uigur

O uigur é uma língua do ramo turcomano das línguas altaicas, falada pelo povo uigur, que habita principalmente o Xinjiang (antigo Sinquiang, também chamado de Turquestão Oriental ou Uiguristão), região da Ásia Central administrada pela China.

O idioma uigur pertence ao grupo karluk da família de línguas turcomana, um ramo dos idiomas altaicos.

O Uigur é falado por cerca de 8,5 milhões de pessoas na China, principalmente na Região Autônoma do Xinjiang (antigo Sinquiang), no extremo-oeste do país. Há também cerca de 300.000 falantes nativos no Cazaquistão, além de pequenas comunidades de falantes da língua no Afeganistão, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, Indonésia, Mongólia, Paquistão, Reino Unido, Quirguistão, Suécia, Taiwan, Tadjiquistão, Turquia e Uzbequistão.

Atualidade




Na atualidade, os uigures vivem principalmente na região autônoma chinesa de Xinjiang, no extremo-oeste do país. Há também grandes comunidades uigures no Paquistão, Cazaquistão, Quirguízia, Mongólia, Uzbequistão e Turquia, além de pequenas comunidades em bairros de grandes metrópoles como Pequim e Xangai, na China, e mesmo Toronto e Vancouver, no Canadá.

Fontes: Veja.abril.com / Wikipédia / Blog Pimenta Negra / Ultimosegundo.ig.com / Historia Viva / Colegiotayloregidio.com

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