terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Turcos Otomanos



Os otomanos chegaram as regiões da Anatólia como colonos, durante o período seldjúcida da Turquia (1098 d.C a 1308 d.C); essa fronteira da Anatólia era muito hostil ao Islam. Alguns desses eram guerreiros da fé islâmica, cumprindo a "guerra santa" de expandir a fé entre os infiéis hostis. Os seljúcidas tinham sido os primeiros a manter um poder sobre a área.

No início do século XIV, Osman, um líder tribal turco, fundou um império na Anatólia ocidental (Ásia Menor), que iria perdurar por quase seis séculos. Esse império cresceu, conquistando terras do império bizantino e mais além, chegou a incluir, no auge de seu poder, toda a Ásia Menor; os países da península balcânica; as ilhas do Mediterrâneo oriental; partes da Hungria e da Rússia; Iraque, Síria, Cáucaso, Palestina e Egito, parte da Arábia; e todo o norte da África, pelo lado da Argélia.

Uma importante ordem de guerreiros foi de grande importância para a formação de tão vasto império. Os chamados janízaros era um grupo de soldados formados a partir das conquistas territoriais otomanas. Crianças e jovens capturados em guerras, logo em seguida eram educados de acordo com os ensinamentos da religião islâmica. Considerados filhos do próprio sultão, chefe máximo do império, o corpo dos janízaros era um exército leal à autoridade política otomana.

Possibilitando a formação de uma cultura militarista, os otomanos seguiram à risca o ideal expansionista da religião muçulmana. De acordo com os ditames do Alcorão, os muçulmanos fiéis devem ampliar o número de fiéis muçulmanos e combater a influência das demais religiões estrangeiras.




Seu momento de glória no século XVI, representa o auge da criativatividade humana. O império construído foi um dos maiores e mais influentes de todos os impérios muçulmanos do período moderno e sua cultura e expansão militar cruzou toda a Europa. Nem mesmo a expansão islâmica na Espanha, no século VIII, conseguiu estabelecer uma presença na Europa tão marcante quanto a dos otomanos nos séculos XV e XVI. Como no primeiro período da expansão islâmica, os otomanos fundaram um império sobre o território europeu e trouxeram com eles as tradições e cultura islâmicas que permanecem até os dias atuais (os muçulmanos da Bósnia são os últimos descendentes da presença otomana na Europa).

A partir de 1517, o sultão otomano era também o Califa do Islão, e o império otomano era entre 1517 e 1922 (ou 1924) o sinônimo de Califado, o Estado Islâmico. O auge do Império Otomano foi durante o governo de Solimão, o Magnífico, no qual seus exércitos chegaram as portas de Viena, e Constantinopla foi transformada em capital cultural e política. Governo este que duraria 46 anos. Durante este breve período, o Califado estendia-se do Atlântico até Oceano Pacífico; do Zimbabwe até o sul dos Montes Urais; o período de máxima integração do califado. Foi também durante o seu governo que ocorreu a Batalha de Rodes, Batalha de Tabriz, Batalha de Málaca, Batalha de Manila e o Cerco de Viena.

Após a morte de Suleiman, em 1566, seu império havia alcançado o seu maior grau de poder e influência, se estendendo desde os territórios da Polônia até o Iêmen, desde Trípoli até a Pérsia. Entretanto, esta fase foi marcada pelo inicio de um longo e lento declínio. Este declínio foi ocasionado por uma série de conflitos na sucessão ao poder do império.

Como o teórico do nacionalismo Ernest Renan afirma, o Império Otomano era, em contraste com outros estados-nações (como a França, Alemanha ou Reino Unido) uma unidade política multiétnica. Em "Qu ''est-ce qu'' une nation ?", de 1882, ele afirma que "o turco, o eslavo, o grego, o arménio, o árabe, o sírio, o curdo, são tão distintos hoje como sempre foram desde o primeiro dia da conquista".

Os otomanos foram uma força que deve ser avaliada, militar e culturalmente, desde o seu início até a sua fragmentação nas primeiras décadas do século XX. O verdadeiro fim da cultura otomana chegou com a secularização da Turquia, após a II Guerra Mundial, acompanhando os modelos de governos europeus. A transição para um estado secular não foi fácil e suas repercussões ainda hoje se fazem sentir na sociedade turca.

Fontes: Literatura & Leitura / História do Mundo / Wikipédia


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► A Saga do Sultão Suleiman

► Império Otomano

► A Queda de Constantinopla

► Guerreiros Janízaros

► A vida no harém Otomano

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