terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Os Uzbeks

Uzbecos era o nome coletivo que se dava as tribos das estepes de diversas origens turcas e mongol, todas elas de língua turca, que habitavam em Ala Tau em tempos de Tamerlán.




Estas tribos, reunidas baixo o mando de Mohamed Shaybani, invadiram Mawarannhar no final do século XV aproveitando as divisões internas dos Timuridas. Em pouco tempo ocuparam Bujará e Samarcanda e Mohamed Shaybani tomou de Husein Bayqara o controle de Jorezm, ocupando assim Tashkent e o vale de Ferganá (quer dizer, uma extensão aproximada da atual Uzbekistão). Os Timuridas reagiram contra-atacando desde Afganistão e Irã. De 1505 a 1513 ocorreu uma sangrenta guerra pelo domínio de Ásia Central entre os descendentes de Tamerlán e os Uzbecos, até que na batalha de Ghajdivan estes últimos conseguiram uma devastadora vitória sobre seus adversários consolidando seu domínio durante os seguintes séculos.Os seguintes khanes (reis) uzbecos da dinastia Saibanida trataram de estender seus domínios em todas as direções. O mais sobressaliente deles, Abdulla, penetrou na estepe ocupada pelos kazacos e combateu repentinamente contra os safávidas do Irã. Os constantes conflitos entre Mawarannhar e Irã determinaram a desolação permanente de toda parte nordeste de Irã, acentuando assim o crescente isolamento dos saibanidas em Mawarannhar, dado que entre eles e o resto do mundo muçulmano sunita interpunha o hostil reino chiita dos safávidas.

Decadência dos Uzbecos

Ao isolamento geográfico juntou desde meados do século XVI o rápido declínio da Rota da Seda, ao transferir os portugueses paulatinamente todo o comércio entre China, Índia e Europa a rota marítima que margeava África pelo Cabo de Boa Esperança. Tendo um impacto devastador na economia de Ásia Central tradicionalmente ligada aos intercâmbios comerciais entre Oriente e Ocidente.Outros fatores do declínio do estado Uzbeco foram a epidemia que assolou a zona em 1590, as constantes invasões das tribos nômades dos oirates e o empobrecimento da vila cultural provocada pela proliferação das ordem derviches que representavam o Islã em seu nível mais popular e analfabeto. A estes elementos tem que acrescentar o fator psicológico que representava para o kanato Uzbeco ser um estado muçulmano na fronteira da civilização sedentária, rodeada de tribos nômades muitas vezes hostil. Como se os Uzbecos se adaptaram a vida agrícola e incluso a comercial, os turcomanos, karakalpakos, os kazacos e os kirguises mantiveram seu caráter nômade até o momento da conquista russa.Este estancamento econômico e cultural se acentuou durante os séculos XVII e XVIII unindo aos fatores sinalados a desagregação política. A dinastia Saibanida sucedeu a Janida que governou durante todo o século XVII e a maior parte do XVIII Mawarannhar e o vale de Ferganá desde sua capital em Bujará. Enquanto isto uma parte dos saibanidas continuaram reinando em Jorezm, constituindo um kanato independente na cidade de Jiva. Em 1700 se estabeleceu o kanato de Kokán igualmente independente de Bujará com base no vale de Ferganá.O Kanato de Bujará a meados do século XVII teve que fazer frente ao último intento dos governantes da Índia de reconquista dos antigos domínios Timuridas em Ásia Central. Conseguiram os uzbecos rejeitar a invasão, esta vitória não fez mais que acentuar o isolamento geográfico e político. Em 1734 teve lugar um novo ataque contra o Kanato de Bujará, desta vez procedente do Irã. As armas de fogo do exército iraniano (que possuíam os uzbecos devido ao atraso) determinaram o êxito da invasão. A pesar da suavidade das condições de paz (a fronteira se restabeleceu no rio Amudarya), estas não fizeram mais que acentuar a decadência uzbeca.A dinastia Janida continuou reinando em Bujará durante meio século mais, até que em 1785 foi substituído pela dinastia Mangit. Durante o reinado do primeiro soberano desta nova dinastia, o Sha Murad, Bujará desfrutou de um curto período de prosperidade econômica e poder militar que utilizaram em um novo ataque a Irã norte-oriental, desta vez com êxito e conduziu a inclusão definitiva de Jorasán setentrional.O Kanato de Jiva teve um peso muito menor na história, sendo um fator acrescentado de debilidade interna a tensão social existente entre agricultores e nômades, assim como entre os três grupos étnicos que compunham sua população: uzbeco, tadllicos e turcomanos.Com relação ao Kanato de Kodán manteve maior prosperidade e atividade comercial que seus vizinhos, tendo seu momento de maior esplendor a princípios do século XIX no qual conseguiu uma certa expansão com relação ao oeste obtendo o território cerca a Tashkent.

Fonte: Wikipédia

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